sábado, 29 de maio de 2010

I OFICINA DE MUlTIRÃO CANTOS DE ROJÃO



Os indígenas Kariri-Xoco que localizam-se no municípios de Porto Real do Colégio e São Braz, Alagoas tem nas tradições, o trabalho em Regime de Multirão, seja na limpa da roça, construção da casa de taipa(agora alvenaria), colheita da safra agrícola, na caça, pesca, plantio de arroz. O Mutirão instituição social caracteriza pelo trabalho coletivo de várias famílias entre-ajudar a outra para concluir uma tarefa grande em um so dia, vem acompanhado com os "Cantos de Rojão". Para entender como funciona os Cantos de Rojão, os homens trabalham em 6 a 8 pares cantando com 1ª e 2ª Voz, formando "Duplas de Cantos", nas roças, quintais e nas lagoas. O Ponto de Cultura Horizonte Circular trouxe o Cantor de Rojão Dioclecio Francisco Tenório para repassar Cantos do Mutirão ou Rojão as crianças da Escola Indígena Estadual Pajé Francisco Queiroz Suira. A Colônia Indígena Área Agrícola doada pelo ministério da Agricultura aos Kariri-Xocó em 1947, ficou marcada na cultura do grupo tribal como o local onde houve mais Mutirão com Cantos de Rojão, Dioclecio descreveu também no quadro da sala de aula as casas dos habitantes da Colônia com seus respectivos moradores, especie de mapa histórico, que chamou muito a atenção das crianças e principalmente dos professores, onde teve alguns deles que emocionaram-se, lembrando dos bons tempos. Já no patio da escola Dioclecio formou Dupla de Cantos de Rojão com Caco, Tio Ze, as crianças imitando mesmo baixinho. Entre os Cantos de Rojão apresentados :

MEU LOURO
"Meu Louro, meu louro,
Papagaio do Sertão,
O, meu louro.
Bis...
Bis... "

SERRA DA BANDEIRA
"Ei oi minha Serra da Bandeira,
Ei oi minha Serra Embandeirar.
Bis...
Bis...

ALAGOANA
"Ei, ei oi Lagoana ei,
So me caso com voçe lagoana,
Ei, Ei oi..."
Bis...
Bis...

MAE DA LUA FALA
"Mae da Lua fala ei oi,
Oi dcha ler ler ,
Mae da Lua fala ei,ou dcha oi...
Bis...
Bis...

Na comunidade Indígena Kariri-Xocó temos mais de 30 Cantos de Multirão, que vamos ainda passar para as crianças como forma de resgate cultural de um povo que trabalhou ao longo de sua historia na região onde perfaz o Horizonte Circular nas cidades, povoados, vendendo sua mão-de-obra aos fazendeiros para sobreviver. Mas também nesta formação cultural, teve momentos felizes pela troca cultural, nos cantos, danças, mão-de-obra, cerâmica ficou a amizade entre comunidades circunvizinhas nas margens do Rio São Francisco.

Coordenação do Ponto de Cultura Horizonte Circular.

Nenhum comentário:

Postar um comentário